domingo, 3 de outubro de 2021

Opinião "Mataram a Cotovia", Harper Lee

 Sinopse

Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. Através do olhar curioso e rebelde de uma criança, Harper Lee descreve-nos o dia-a-dia de uma comunidade conservadora onde o preconceito e o racismo caracterizam as relações humanas, revelando-nos, ao mesmo tempo, o processo de crescimento, aprendizagem e descoberta do mundo típicos da infância. Recentemente, alguns dos mais importantes livreiros norte-americanos atribuíram grande destaque ao livro, ao elegerem-no como o melhor romance do século XX.

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Opinião  

Mataram a Cotovia, de Harper Lee, é considerado um dos melhores romances do século XX e o livro preferido de tantos leitores, por isso, parti para esta leitura com muitas expectativas, acredito que foram elas as responsáveis por eu não ter gostado assim tanto desta obra. 

Percebo a importância deste livro por ter sido pioneiro a abordar a temática do racismo e do preconceito ao descrever-nos as vivências de uma pequena comunidade conservadora, no sul dos Estados Unidos, durante a Grande Depressão.

Atticus Finch, um advogado viúvo, recebe a árdua tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de um crime hediondo. Os seus filhos, Scout e Jem, vêem-se vítimas de represálias que não entendem e procuram na figura do pai, um homem que vive de acordo com as suas convicções, conselhos e apoio. Gostei da relação entre eles, uma relação de igual para igual em que muitas vezes Atticus os incentivava à reflexão em vez de lhes impingir os seus ideais.

O início deste livro é bastante lento, passamos a primeira centena de páginas a observar três crianças a brincar, encenando pequenos teatrinhos que reflectem a inocência da infância e o medo do desconhecido, aqui personalizado na figura de Boo Radley, uma lenda local.

Scout, a protagnsita, é uma menina rebelde e que apesar de crescer no seio de uma sociedade racista, cedo percebe que o certo e o errado não tem cor, gostei que a narrativa seja conduzida pela sua perspectiva, pela visão de uma criança. O seu olhar inocente embate de frente com a crueldade do mundo que a rodeia.

O resto da história pareceu-me seguir um curso linear, básico e expectável e se a ideia era mostrar-nos o sofrimento das pessoas negras face à superioridade branca essa mensagem ficou para segundo plano. Durante a leitura somos impelidos a sofrer por Atticus e pela sua família, pelas ameaças que sofrem e acabamos por esquecer Tom, o acusado, e a sua família. 

Mataram a Cotovia aborda questões fracturantes que ainda hoje se mantêm pertinentes, vale pela sua mensagem e pelo  lugar que ocupa na literatura do século XX, mas não me convenceu.

"Nunca conseguirás compreender totalmente uma pessoa se não vires as coisas do seu ponto de vista, se não fores capaz de te colocar na pele dessa pesssoa e aí permaneceres um bocado".
 

 

2 comentários :

  1. Tenho a mesma opinião! Li o livro este ano e confesso que fiquei desiludida. Apesar de ser uma história muito boa, principalmente pelas personagens, confesso que não compreendo o estatuto de "clássico" que esta obra ganhou. Mas gostei do livro e curiosamente é um dos poucos que tenho mesmo vontade de reler num futuro próximo :)

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    1. Olá Marina :)
      Foi mesmo esse o sentimento! Mas não fiquei com vontade de reler, pelo menos para já.

      Boas leituras :)
      Bárbara Tomé

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