Sinopse
Podem ler a sinopse aqui.
Opinião
Não li muitos livros passados no período da II Guerra Mundial, mas gostei bastante dos que li e, por isso, fiquei muito entusiasmada com a oferta da Leya de O Último Xeque-Mate, de Gabriella Saab.
O Último Xeque-Mate apresenta-nos Maria Florkowska, uma jovem de 14 anos que se junta à resistência polaca. Maria e a sua família são capturados e enviados para Auschwitz. A sua amada família é morta à chegada, mas Maria é poupada. Rapidamente, o delegado do campo, Fritzsch, vê em Maria um entretenimento fácil dada a sua habilidade para jogar xadrez. Conseguem imaginar terem 14 anos, serem brutalmente espancados, verem a vossa família morta e estarem completamente sozinhos num campo de trabalhos forçados? Pois, nem eu.
Durante a narrativa acompanhamos Maria no seu dia-a-dia dentro do campo, e vivemos com ela todas as adversidades porque tem de passar, todos os castigos, a fome, o frio, a presença constante da morte. Este é um livro muito visual, e, por isso, muito doloroso. Conseguimos, através da protagonista, quase cheirar a sujidade, a podridão e a morte que a rodeiam, e arrepiamos-nos quando ela tem frio, choramos quando ela chora. Como devem imaginar é um livro difícil de ler, mas que ao mesmo tempo é tão viciante, a autora conseguiu encontrar um equilíbrio que torna esta leitura perfeita.
Apesar de todas as atrocidades que Maria tem de sofrer, há nesta protagonista uma chama que teima em não se extinguir, e que de alguma forma a mantém viva, e nos dá alento para prosseguirmos a leitura.
O desejo mais profundo de Maria é um jogo final com Fritzsch, Maria anseia o derradeiro Xeque-Mate, e que se faça justiça. Uma justiça impossível face aos crimes hediondos praticados.
O Último Xeque-Mate é daqueles livros que está connosco todo dia mesmo quando não o estamos a ler, é um livro que nos aproxima de uma realidade distante e tenebrosa e que não pode ser esquecida, principalmente nos tempos críticos que estamos a viver.
Muitos dos eventos históricos inseridos na narrativa aconteceram mesmo e alguns dos seus personagens existiram, o que torna o livro ainda mais real e doloroso.
Ouvi falar muito pouco deste livro nas redes sociais e ele merece mais visibilidade, quer para os leitores que adoram ficção da II Guerra Mundial, quer para leitores como eu, que, não sendo uma leitora assídua desta temática, adorei. O Último Xeque-Mate já se tornou um dos favoritos do ano e está a espera que vocês o leiam!!
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