Sinopse
Três irmãos regressam à casa de campo junto ao lago onde, duas décadas antes, um terrível acidente mudou as suas vidas para sempre. Levam com eles as cinzas da mãe, cujo último desejo os apanhara de surpresa: sempre pensaram que ela desejaria ser sepultada ao lado do falecido marido.
Benjamin segue ao volante, conduzindo o carro e os irmãos numa viagem através do tempo, até uma época em que eram crianças entregues a si mesmas, perante a indiferença dos pais. São agora adultos. Três estranhos, inevitavelmente unidos por uma história comum de lutas pela atenção do pai e pelo amor imprevisível da mãe.
O falecimento da mãe traz velhos traumas à superfície, e a tensão entre os irmãos aumenta. Que segredo terá ficado enterrado no seu passado?
Opinião
Alex Schulman, um autor sueco, apresenta-nos em Sobreviventes uma saga familiar que me entreteve medianamente, mas que teve um final surpreendente, talvez não totalmente inovador mas que foi para mim inesperado.
Este livro está escrito de uma forma muito interessante, que nos prende na primeira página, por um lado temos capítulos do passado, em que nos são contadas algumas passagens da infância de três irmãos, alternando com capítulos do presente, quando os irmãos, já adultos, se reencontram para espalhar as cinzas da mãe no local onde cresceram, e estes capítulos no presente são nos apresentados numa ordem cronológica inversa.
Estes três irmãos viveram a sua infância numa casa de campo, junto a um lago, isolados, e sob a educação de uns pais negligentes, alcoólicos e distantes na maior parte do tempo. Desde cedo na narrativa percebemos que um momento trágico terá para sempre mudado as suas vidas, o que cria um ambiente enigmático ao longo da leitura, pincelado por algo sombrio que nos inquieta. Quando adultos os três irmãos reencontram-se e fazem uma viagem ao passado e à sua infância.
Senti falta de emoção durante este livro, pode dever-se ao facto do seu autor ser nórdico ou ele querer fazer-nos sentir a mesma indiferença a que os três irmãos sobreviveram por parte dos pais.
Pareceu-me também que o autor queria passar a ideia de que os irmãos eram muito unidos enquanto crianças, por oposição aos três estranhos que são enquanto adultos, mas depois nos episódios que nos conta isso não transparece.
Este é um livro sobre o passado e as
memórias e como somos as nossas lembranças, e o poder que elas têm sobre nós. Deparamo-nos com três adultos com vidas um tanto ao quanto despedaçadas e disfuncionais e vamos desconstruindo o que motivou tudo isso.
Sobreviventes foi uma leitura agradável e é sem duvida um bom livro de um autor a revisitar!
Obrigada à Porto Editora pela cedência de um exemplar de Sobreviventes para que eu pudesse partilhar a minha opinião convosco.
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