terça-feira, 17 de maio de 2022

Opinião "Ao Longe", Hernan Diaz

Sinopse

Um rapaz sueco desembarca na Califórnia, sozinho, sem um tostão no bolso e sem entender uma palavra de inglês. Confia que na costa oposta, em Nova Iorque, o seu irmão mais velho o espera, juntamente com as garantias de uma vida próspera e tranquila, e não lhe resta mais do que pôr-se a caminho, a pé. Durante esta longa viagem, esbarra com o fluxo de gente que procura no Oeste ouro e terras férteis, conhece naturalistas, criminosos, fanáticos religiosos, índios, homens das leis e das armas e, entre avanços e recuos, à medida que se torna um homem, torna-se também uma lenda. Com este que foi o seu romance de estreia, Díaz reconfigurou as convenções da ficção histórica, forçando um olhar sobre os estereótipos que povoam a nossa ideia de passado e os seus protagonistas. Ao longe anuncia um excecional autor.



Opinião 

Quando a Livros do Brasil anunciou Ao Longe, de Hernán Díaz, confesso que foi a primeira vez que tive conhecimento deste livro e do seu autor, o qual conseguiu ser finalista do prémio Pulitzer em 2018 com este seu romance de estreia. A sinopse chamou-me imediatamente à atenção e não resisti a ler este livro assim que surgiu a oportunidade!

Em Ao Longe, Hernán Díaz leva-nos numa viagem a acompanhar Håkan, um rapaz que parte da Suécia com o seu irmão Linus em busca de um futuro melhor em Nova Iorque. No entanto, os irmãos perdem-se um do outro e Håkan acaba por desembarcar na costa oeste em São Francisco. Não tendo outra opção, Håkan decide ir em busca do irmão, avançando pela longa travessia terrestre da América. Aqui, o autor pega habilmente no típico ambiente do western americano para explorar as difíceis condições de vida do século XIX demonstrando os diferentes conflitos existentes, e nos quais Håkan acaba por se ver envolvido. O autor oferece-nos uma descrição detalhada do estilo de vida que Håkan segue e da sua evolução enquanto pessoa desde um pequeno rapaz até à velhice, e da sua relação com outros viajantes com quem se cruza, mas principalmente da sua relação com a solidão.

Esta é uma leitura que merece ser saboreada, pois explora muito bem a condição humana e, apesar de bastante descritiva, nunca me causou um momento de aborrecimento. Fico desde já muito curioso para os próximos livros que este autor nos tenha para oferecer!
 
 
 
Agradecemos à Porto Editora e à Livros do Brasil pela cedência deste exemplar de forma a partilharmos convosco a nossa opinião.

 

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