segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Opinião "O Dilema Siberiano", Martin Cruz Smith

Sinopse

"Tatiana Petrovna, jornalista de investigação, está embrenhada numa nova reportagem. Arkady Renko, o lendário investigador privado moscovita, e amante de Tatiana, não tem notícias dela desde que partiu há já mais de um mês. E quando não a vê chegar no comboio previsto, Arkady tem a certeza de que algo se passa, não estivessem os inimigos de Tatiana dispostos a tudo para a silenciar.

Desde as margens do lago Baical até Chita, no coração da Dauria russa, Arkady vai colhendo os elementos que lhe permitem desvendar o alvo da investigação de Tatiana: Mikhail Kuznetsov, dissidente político e o novo delfim do petróleo e da riqueza que lhe está associada, um homem agora de regresso a casa e em ascensão - o único capaz de fazer sombra a Vladimir Putin. Embora Kuznetsov aparente ser o candidato perfeito para combater a corrupção que mina o Kremlin e a política russa, a sua aura e reputação sofrem um rude golpe quando Boris Benz, o seu sócio e melhor amigo, é descoberto sem vida.

Numa terra de xamãs e noites gélidas, oligarcas opulentos de petróleo do Norte e monstros marinhos que se diz habitarem o lago mais profundo do planeta, Arkady Renko terá de se servir das suas melhores capacidades de investigação para resgatar Tatiana sã e salva."


Opinião

O Dilema Siberiano, escrito por Martin Cruz Smith, trata-se de um thriller passado na Rússia, protagonizado por Arkady Renko, um investigador da policia, que decide investigar a ausência da sua namorada – Tatiana Petrovna – jornalista de investigação, no decorrer de uma nova reportagem.

O que dizer sobre este livro? Se por um lado, inicialmente a história parece interessante e até dá vontade de ler, por outro rapidamente se chega à conclusão que falta um pouco de sumo à escrita. O livro em si lê-se bem e a leitura é agradável, mas acho que ficou aquém do seu potencial. Faltou um pouco mais de desenvolvimento, de envolver mais o leitor, de nos fazer gostar mais das personagens, pois não são bem desenvolvidas, sendo difícil criar empatia com as mesmas. Apenas Bolot me despertou alguma curiosidade, no entanto, como já disse anteriormente, pouco foi dito sobre ele, bem como acerca das restantes personagens.

Quanto ao enredo, existem algumas transições entre capítulos sem ligação. As personagens que se cruzam com Arkady têm, todas elas, informações que decidem partilhar ajudando-o só por que sim, e o cúmulo é Bolot pôr a sua vida em risco sem pedir absolutamente nada em troca.

Resumindo, considero tratar-se de um livro de escrita simples, um pouco cru, com uma história interessante que tinha potencial para mais, mas que foi pouco desenvolvido. Nota final para a bonita capa que o livro tem. Apesar da leitura não ter sido o que esperava, trata-se apenas da minha opinião, e quero agradecer à Bertrand Editora pela oferta do livro para divulgação, leitura e opinião.

🌟🌟


Para mais informações sobre o livro, consulte o aqui o site da Bertrand Editora.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Opinião “Até os comboios andam aos saltos”, Célia Correia Loureiro

Sinopse:

"Uma mulher prestes a completar 30 anos está no aeroporto de Barajas à espera do voo para Lisboa. Tem um bloco de notas e um lápis, pelo que começa a registar tudo o que vê ao redor, assim como o muito que tem por resolver. Num monólogo intimista e cru, sem cair no politicamente correto, os pensamentos desta mulher ameaçam fundir-se com os do leitor comum.

«— Pai, alguma vez pensaste, um dia que morresses, se querias ser enterrado ou cremado?
— Cremado é bom.
Pestanejei, ele disse aquilo com imensa convicção.
— Ah é?
— Cremado, com uma cebolinha refogada, no Fausto é barato — é o restaurante onde íamos buscar cozido ao domingo, às vezes. (...) — Mas eles são uns chulos.»"


Opinião:

Para quem não sabe, a Célia Correia Loureiro ocupa um lugar muito especial aqui no Bloguinhas Paradise. Desde o início do blog que fomos descobrindo novos autores portugueses, através da leitura das suas obras, e através da nossa rubrica “Posso Perguntar? Posso?”. E, posto isto, achava eu que conhecia a Célia! 

O que é que sabia e sei? Sei que é uma escritora brilhante, onde nenhuma palavra sai fora do sítio, nenhuma frase tem menos significado que outra, nenhuma frase tem falhas na sua estrutura, nenhuma frase fica vazia de sentimento.

Foi através da Célia que nasceu o meu gostinho por romances históricos, e, A Filha do Barão e Uma Mulher Respeitável ocupam, de facto, um lugarzinho especial na minha estante. Estão em falta O Funeral da Nossa Mãe (já a aguardar leitura cá em casa), Demência e Os Pássaros (que ainda não consegui infelizmente adquirir). E, confesso que após essas leituras não estava à espera de uma leitura como esta última: tão diferente, tão singular, tão inexplicável.

Com a escrita da Célia, como seria expectável, tive uma leitura essencialmente visceral, onde tudo o que lia, tanto era da Célia como meu. E, se sempre achei que a autora tinha poder nas suas frases, com esta leitura não tenho qualquer dúvida. Independente do tema, seja ele feliz, triste, revoltante, a mensagem chega sempre cá.

Agora que estou a pôr em palavras esta minha humilde opinião, sinto-me de certa forma anestesiada e com dificuldade em transmitir o que quero por palavras, no entanto, vou esforçar-me.

Para quem não sabe, sou médica, e a minha especialidade é a Medicina Interna. Fiz estágio de três meses em Oncologia Médica, e os doentes com patologia do foro oncológico fazem parte do meu dia-a-dia. Talvez por isso, o facto de muito desta obra estar relacionado com este tipo de doenças na família da personagem principal não me tenha propriamente chocado ou surpreendido. O que me tocou sim foi a voz desta personagem, aquilo que eu vejo todos os dias na voz de alguém do outro lado.

Através da nossa personagem principal que não sei o nome, mas que sei ter a minha idade, percebo o quão pequenina sou neste mundo, sendo que a primeira coisa que senti quando iniciei esta leitura foi vergonha.

Como é que alguém que conta tudo isto pode ser tão grande? Como é que alguém com toda esta bagagem emocional existe? Como é que ao ler cada página parece que não sinto? Não estou feliz, não estou triste, não estou chateada. Levei um murro no lugar do coração só pode.

O que dizer? Não adianta falar sobre a sinopse, não adianta falar sobre o livro. São as palavras de alguém especial. Acho que nunca tinha lido nenhum livro deste género. Como diz a Célia na nota de autor: 

“Este é o meu romance mais intimista ... polvilhado, claro está, dos pozinhos mágicos da ficção.”

Realidade e ficção, tornou-se impossível separá-las. A história é dela, é ficção, e é nossa. É sobre tanta coisa para além deste azar neoplásico. É sobre pessoas. É sobre sentimentos. É sobre as pequenas coisas que fazem de nós quem somos. É sobre perdão. Na verdade, é sobre o que nós leitores quisermos que seja.

Gostava de ter mais palavras para dizer, mas não sou a Célia! Não tenho o dom da escrita claramente.


🌟🌟🌟🌟




Podem ler aqui as minhas opiniões dos livrinhos da Célia já referidos acima:

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Novidades e Promoções

Apesar de provavelmente já terem reparado, atualmente o Bloguinhas Paradise partilha as novidades literárias de forma mais frequente e regular nas redes sociais, ficando neste cantinho principalmente a partilha das nossas opiniões, pensamentos, passatempos, entre outros.


Se gostam de saber os livrinhos novos que estão a chegar, podem acompanhar-nos no facebook e no instagram (@bloguinhasparadise).

Boas viagens,

Bloguinhas


domingo, 20 de fevereiro de 2022

Opinião “A Espada do Destino”, Andrzej Sapkowski

Sinopse:

“Geralt de Rívia é um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio, treinado desde a infância para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo. Um mundo fantástico criado por Sapkowski com claras influências da mitologia eslava. Um mundo em que nem todos os que parecem monstros são maus e nem todos os que parecem anjos são bons. A espada do destino é o segundo livro da saga do bruxo Geralt de Rívia e terá continuidade com O sangue dos elfos. O primeiro livro a narrar as histórias do bruxo Geralt foi O Último Desejo, publicado por esta Editora. As aventuras do sagaz Geralt de Rivia, imenso sucesso de crítica e de público e reconhecidas internacionalmente como fenômeno literário, inspiraram a criação do videogame The Witcher.”


Opinião:

Apesar da dificuldade na entrada neste mundo tão peculiar criado por Andrzej Sapkowski, a luzinha vai aparecendo ao fundo do túnel. Posso dizer que gostei bem mais deste segundo volume do que do primeiro. Ainda assim, este volume continua a ser a introdução aos livros que aí vêm e, talvez por isso, não consiga atingir para mim ainda as 4 e 5 estrelinhas.

No entanto, fiquei com imensa vontade de progredir na leitura, e de perceber melhor como é que o caminho das personagens por quem nos vamos apaixonando se vão encontrar. Há obras de fantasia que primam pela sua originalidade, pelos acontecimentos, pela sua base. A série “The Witcher” prima pelas personagens, sendo impossível ficar indiferente quer às personagens principais - Geralt de Rívia, Yennefer, Ciri, Jaskier -, quer às várias personagens aparentemente menos importantes, como Essi.

Não considero que seja uma obra de fantasia simples e linear, pelo menos para mim. Continua a ser essencial a leitura atenta e, mesmo assim, ficam por vezes dúvidas / palavras nas entrelinhas que como leitora não consegui ainda alcançar :). Lembro-me por exemplo de em O Terceiro Desejo não ter ficado claro qual era o desejo mesmo, e em A Espada do Destino continuar sem entender totalmente a dificuldade no relacionamento de Yennefer e Geralt de Rívia. No entanto, creio que a seu tempo, página a página, vou entendendo cada vez mais sobre estas personagens maravilhosas.

Para os fãs de fantasia, é uma série que, do que li até à data, recomendo, mas talvez não seja o ideal para quem se inicia neste género literário. Aguardam-me cá casa já os próximos volumes.


🌟🌟🌟




Podem ler a minha opinião de O Terceiro Desejo (1º volume) aqui.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Opinião "O Mago - A Filha do Império", Raymond E. Feist e Janny Wurts

Sinopse

"Tudo o que um fã de fantasia poderia esperar. Este é um livro a ler mesmo para quem não leu a saga anterior. Locus

Mara era apenas o membro mais novo de uma família nobre. Nunca esperou que a súbita e chocante morte do irmão e do pai pudessem trazer-lhe tamanha responsabilidade. Apesar do seu sofrimento, cabe-lhe a tarefa de vestir os mantos da liderança e enfrentar as dificuldades. Mas embora inexperiente na arte política, Mara terá de recorrer a toda a sua força e coragem, inteligência e astúcia, para sobreviver no Jogo do Conselho, recuperar a honra da Casa dos Acoma e assegurar o futuro da sua família. Rapidamente se apercebe de que a traição e os inimigos da família quase levaram a sua Casa à aniquilação completa. Todas as esperanças estão depositadas numa única mulher: uma rapariga que terá de crescer rapidamente e aprender um jogo perigoso, onde não há tempo para errar…"


Opinião:

A filha do império é o primeiro livro da Saga do império. Em coautoria com Janny Wurts, voltamos ao mundo criado por Raymond E. Feist. A história passa-se em Kelewan, e acompanha a vida de Mara, a nova senhora da Casa dos Acoma, depois da morte do pai e do irmão na guerra da brecha.

Mara é uma jovem inexperiente que tem que salvar toda a sua Casa com poucos recursos a nível de soldados, e que está em guerra com outras duas poderosas famílias. No entanto, rapidamente se mostra sagaz e com um talento natural para o Jogo do Conselho. Através da sua inteligência, Mara consegue surpreender os seus inimigos, e usar os costumes e tradições Tsuranuani enraizados nos habitantes de Kelewan a seu favor.

Nesta obra, somos confrontados com as alianças que a personagem principal tem que fazer com inimigos para a sua Casa sobreviver, com as provações que tem que ultrapassar, e com as muitas jogadas recônditas para levar a sua vontade avante.

A dupla de autores faz um bom trabalho ao nível da fluidez da escrita, com um bom ritmo. Retratam eficazmente os acontecimentos em curso e trazem-nos um pouco mais desta estranha e exótica cultura Tsuranuani.

Esta é mais uma história à qual Raymond E. Feist nos habituou, e onde facilmente somos impelidos a gostar das personagens por ele criadas.

🌟🌟🌟🌟



sábado, 12 de fevereiro de 2022

Opinião "Os Filhos de Krondor - O Corsário do Rei", Raymond E. Feist

Sinopse:

"Tudo o que um fã de fantasia poderia esperar. Este é um livro a ler mesmo para quem não leu a saga anterior.

Há muito recomposto da guerra da brecha, a terra e o povo do reino das ilhas floresce. Nicholas, o filho mais novo do Príncipe Arutha, é um jovem inteligente e dotado, mas foi sempre protegido pela vida na corte, em Krondor. Para que aprenda mais sobre o mundo para lá das paredes do palácio, Arutha decide enviar Nicholas e o seu irreverente escudeiro, Harry, até à rústica Crydee, onde Arutha cresceu. É tempo de mostrar uma vida sem privilégios. Mas poucas semanas após a chegada deles, Crydee é brutalmente atacada. O castelo fica reduzido a ruínas, os cidadãos são chacinados e duas jovens nobres – amigas de Nicholas – são raptadas. Ao aventurar-se para longe das paisagens familiares da sua pátria em perseguição dos invasores, Nicholas compreende que está em jogo algo mais do que o destino das suas amigas, e mais até do que o destino do Reino das Ilhas, pois por detrás dos piratas assassinos esconde-se uma força bem mais poderosa que põe em perigo todo o mundo de Midkemia. E apenas ele poderá vencer essa terrível ameaça… ou perder o reino por inteiro."


Opinião:

Nesta nova aventura Raymond E. Feist foca a sua história no filho mais novo do príncipe de Krondor – Nicholas. Nicholas é enviado para Crydee, onde o tio é o regente. Lá é esperado que aprenda a cumprir e seguir ordens do seu tio e que com esta aprendizagem deixe de ser um rapaz inseguro.

No entanto, quando Crydee é atacada, Nicholas tem que tomar o comando das operações e enveredar por uma perseguição que o irá fazer atravessar o mar interminável. Com a ajuda dos seus amigos e soldados, iniciam uma aventura perigosa rumo ao desconhecido para salvarem os habitantes de Crydee que foram raptados. Ao longo desta jornada, os nossos heróis descobrem novas populações, novas culturas e inimigos novos e outros conhecidos…

A grande característica de Feist é a sua capacidade em caracterizar as personagens, em nos cativar com as peculiaridades de cada uma, e mais uma vez é isso que ele consegue fazer. Nesta aventura seguimos a evolução de Nicholas, onde começa com um jovem cheio de insegurança e receios devido a um defeito de nascença, mas que com a necessidade de ter que liderar o grupo começa a ganhar experiência e aprende a ter que conviver com as decisões difíceis que tem que tomar.

Com “Corsário do Rei” termina a série “Filhos de Krondor”. Com Feist, a aventura está sempre garantida e esta foi muito agradável de ler. Em breve regressarei ao mundo de Feist com a “Saga do Império”


segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Opinião “O Terceiro Desejo”, Andrzej Sapkowski

Sinopse:

"Venha conhecer os livros que inspiraram o popular jogo e a série The Witcher.

O seu nome é Geralt de Rivia. Dizem que é um bruxo e um assassino sem misericórdia que vagueia pelo mundo à caça de monstros e predadores. Mas na verdade vive de acordo com o seu próprio código de conduta. A sua espada serve, em troca de uma recompensa, poderosos reis amaldiçoados, mas também os mais desfavorecidos. Ao longo das suas viagens, Geralt encontra todo o tipo de criaturas – algumas saídas da mitologia eslava e dos contos populares dos irmãos Grimm – como vampiros e lobisomens, elfos, quimeras e estriges, trolls e génios que o tentam, satisfazendo todos os seus desejos. Mas este é apenas o início das suas aventuras como viajante e feiticeiro que irá desafiar o destino num mundo em que criaturas de todas as raças coabitam numa paz precária prestes a despedaçar-se…” 


Opinião:

Após ver a primeira temporada da série The Witcher não resisti a adquirir estes livrinhos! No entanto, foi um erro tremendo ter lido o primeiro volume logo a seguir à visualização da série. E, por esse motivo, resolvi dar-lhe esta segunda oportunidade!

A narrativa está estruturada de uma forma peculiar, com capítulos intitulados de "A Voz da Razão" seguidos dos relatos das histórias / aventuras de Geralt de Rivia, o que se torna um pouco diferente dos episódios que vemos na série. Agora que peguei nele com mais calma e atenção, consegui entender melhor esta logística e apreciar a obra. Se já no geral acho preferível a leitura dos livros antes da série ou filme, no que diz respeito a The Witcher reforço ainda mais essa ideia.

A história gira em torno de Geralt de Rivia, um bruxo cuja profissão consiste em encontrar e por fim matar as criaturas perigosas que vagueiam pelo mundo fora. No entanto, como nos diz bem a sinopse, Geralt vive de acordo com o seu próprio código de conduta. São inúmeras as histórias que nos são apresentadas, os mitos e as criaturas que encontramos em cada capítulo; histórias estas que não são indiferentes ao leitor. Paralelamente, é-nos também apresentada de forma mais discreta a sua própria história e vamos vendo a criação de pequenos elos de ligação entre algumas personagens, mas que ainda não sabemos em que vão consistir.

A linha temporal acaba por ser um pequeno inimigo do leitor, obrigando a uma atenção do início ao fim! Se por um lado o autor varia nas histórias e nas personagens que nos vai apresentando ao longo de cada capítulo, também o tempo presente e passado vão intercalando, não sendo inicialmente muito perceptíveis.

Andrzej Sapkowski é um autor que ainda não conhecia, mas que fiquei com vontade de acompanhar. Apesar de após a segunda leitura ter mantido as minhas três estrelas no Goodreads, é um livro bem estruturado e bem escrito, mas provavelmente introdutório àquilo que aí vem. É certo que as expectativas são um dos nossos maiores inimigos, no entanto, aqui vamos nós para o segundo volume - A Espada do Destino.



Para ajudarem o canal o blog, comprem no seguinte link:

segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Opinião “Arsène Lupin: Cavalheiro Ladrão”, Maurice Leblanc

Sinopse:

“França, início do século xx. A Belle Époque está no seu auge e Paris é a cidade que melhor encarna o verdadeiro espírito desses anos dourados. No clima de efervescência cultural e diversão que marca a vida cosmopolita francesa, crimes fantásticos e intrigantes revelam Arsène Lupin, um ladrão hábil, carismático e sedutor. No entanto, pobres e inocentes, nada temam de Lupin! Pois só os ricos, os poderosos e o previsível inspetor Ganimard, polícia que nunca larga o encalço do herói, é que precisam de se pôr à prova. Porque muito mais do que um genial larápio, Arsène Lupin é sobretudo um detetive audaz e irreverente, escapando a todas as armadilhas e estratagemas dos seus inimigos. Arsène Lupin, Cavalheiro Ladrão reúne as primeiras nove aventuras do rocambolesco Lupin, protagonista de mais de vinte títulos da autoria do escritor francês Maurice Leblanc.”


Opinião:

Depois de acompanhar a série Lupin, ficou a vontade de ler com mais pormenor a história de Arsène Lupin. No entanto, aquilo que provavelmente nos atraiçoa neste pensamento é o facto de a série não ter nada a ver com o livro.

Arsène Lupin é um cavalheiro ladrão que age de acordo com um código de conduta muito particular e a perspetiva do lado desta personagem acaba por ser deveras interessante. No entanto, a série televisiva não diz respeito a este Arsène Lupin, mas sim a Assane Diop, que como fã de Arsène Lupin se inspira  no seu código de conduta. Ora eu fiquei fã de Assane Diop na série, mas a verdade é que não estabeleci qualquer relação de empatia com Arsène Lupin.

Depois de perceber que não estava a ler um livro em que foi baseada uma série que adorei, lá me fui adaptando. No entanto, também o tipo de leitura com que me deparei não me conquistou. A cada virar de página vamo-nos deparando com vários trechos de peripécias de Arsène Lupin sem propriamente um fio condutor. Não é que a personagem não seja interessante, mas não deixou em mim a vontade de continuar a acompanhá-la.

Ainda assim, deixo o meu obrigada à Porto Editora que gentilmente me cedeu um exemplar para leitura e opinião.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Opinião “Um Fogo Lento”, Paula Hawkins

Sinopse:

“O livro mais aguardado do ano.
O novo êxito da autora bestseller mundial.

Um homem é encontrado brutalmente assassinado em Londres, dentro de um barco, o que levanta uma série de questões sobre três mulheres que o conheciam. Laura é a jovem problemática que foi vista pela última vez com a vítima. Carla é a tia inconsolável, ainda de luto por outro familiar falecido pouco tempo antes. E Miriam é a vizinha bisbilhoteira que encontrou o corpo coberto de sangue, mas que claramente esconde segredos da polícia. Três mulheres com ligações distintas a este homem. Três mulheres consumidas pelo ressentimento que estão ansiosas por se vingarem do mal que lhes foi infligido. E, quando toca a vingança, mesmo as melhores pessoas são capazes dos atos mais terríveis.

Até onde irão estas mulheres para encontrar a paz de espírito?
E durante quanto tempo podem os segredos arder em fogo lento antes de irromperem em chamas descontroladas?

Com a mesma força com que cativou dezenas de milhões de leitores em A Rapariga no Comboio e Escrito na Água, Paula Hawkins desenvolve brilhantemente uma história inesquecível de segredos, assassínio e vingança.”


Opinião:

Foi com uma enorme curiosidade que enveredei na leitura deste thriller psicológico de Paula Hawkins, sendo esta a minha estreia com a autora. Fui atraída pelo filme A Rapariga no Comboio e por toda a publicidade envolvendo a autora, e por isso não hesitei quando me foi proposta a leitura de Um Fogo Lento.
 
No entanto, não posso dizer que esta obra tenha estado à altura das minhas expetativas, e talvez por isso tenha demorado a ler este livro, tentando protelar a leitura para uma altura em que estivesse mais disponível mentalmente para a apreciar devidamente.

Posso começar por elogiar a facilidade de leitura desta narrativa. Um Fogo Lento lê-se de uma só vez, se estiverem motivados para tal, a escrita simples prende o leitor, levando-o a querer chegar ao fim. Nesse aspecto, a escrita de Paula Hawkins faz-me lembrar a de Suzanne Collins no seu Hunger Games, em que quase nem apreciamos a obra de tanta vontade que temos de chegar ao fim. No entanto, a verdade é que quando cheguei ao fim, senti-me um pouco decepcionada, principalmente ao comparar com outros thrillers que já li.

No que diz respeito às personagens, considero-as um dos pontos mais fortes! Mesmo com pausas na leitura, não nos esquecemos delas nem das suas peculiares características, ocupando aqui a Laura um lugar de destaque. E apesar de compreender as intenções do “culpado”, a verdade é que não consegui empatizar com a personagem ao longo da obra, o que provavelmente pode ter tido alguma influência na minha apreciação global.

Ainda assim, é sempre bom ler um thriller, e deixo o meu agradecimento à Topseller pela cedência de um exemplar de avanço para divulgação, leitura e opinião.


domingo, 2 de janeiro de 2022

Opinião "Um Cântico de Natal", Charles Dickens

Sinopse

Um Cântico de Natal (1843) é talvez o mais dickensiano dos contos. É que só Charles Dickens poderia, a propósito do Natal, criar personagens como Scrooge, o pequeno Tim, e os três Espíritos do Natal Passado, Presente e Futuro, e acrescentar-lhes o Fantasma de Marley. Este livro tem passado de geração em geração, acompanhado do desejo do autor de que «assombre as casas dos leitores de forma agradável, e que ninguém deseje apaziguá-lo».



Opinião

Um Cântico de Natal foi a minha estreia com Charles Dickens e revelou-se uma leitura calorosa, como já era de esperar, que faz o leitor mergulhar no espírito de Natal e no que realmente é importante nesta época.

Dickens apresenta-nos Scrooge, um avarento e rabugento velhote, que vai receber a visita de três espíritos que o vão fazer repensar as escolhas que fez na vida. O enredo é engraçado mas carregado de simbolismo proporcionando-nos uma leitura introspectiva e reflexiva.

A linguagem é muito rica mas de fácil leitura, embora em alguns momentos, talvez por uma tradução menos bem conseguida, eu me tenha sentido um bocadinho confusa. De resto, esta edição tem uma capa e ilustrações lindíssimas.

Um clássico a reler todos os Natais, um livro que é um abraço!